Na última reunião do Conselho Universitário da UEPG, o comando de greve dos docentes defendeu alguns princípios para a redefinição do calendário universitário, ...no entanto, eles não foram respeitados pelo egrégio conselho.
O
Conselho ouve e podendo acatar ou não. Não é porque não acatou que faltou com o
respeito. O princípio é esse. O C.U. é soberano.
A interrupção do
segundo semestre, com férias em janeiro, interfere negativamente na formação
acadêmica dos estudantes e as semanas de fevereiro com recessos, intercalados
com aulas, não serão produtivas.
Concordo.
Temos que ver, todos, a Universidade sob o ponto de vista pedagógico e não dos
interesses burocráticos e corporativos. Qualquer estudioso da Educação, da
Aprendizagem, sabe que a interrupção é prejudicial, danosa. As aulas deveriam
seguir, após os feriados de final e ano. Funcionários e professores estamos
todos, ao dispor do ensino, em função dele. Nosso emprego e salário gira em
torno dele.
Além disso, a
manutenção do vestibular em dezembro prejudica os alunos das escolas públicas
que estavam em greve, favorecendo os das instituições privadas de ensino.
Outra
matéria sobre a qual não restam discordâncias, pelo menos por aqueles que tomam
posição sociais mais progressistas em benefício das camadas menos favorecidas.
Para os estudantes das escolas públicas trata-se de retrocesso. Não foi
pensado.
A maioria dos conselheiros aprovou a proposta
da administração da universidade, exceto quatro conselheiros. Tudo parece tão
natural e democrático, já que a decisão da maioria prevaleceu, todavia, não
podemos esquecer como o nosso conselho universitário é composto.
Democracia
é isso mesmo, o mando da maioria, como diz o entendimento da cantora mara lima
e seus associados. Aqui a democracia é em referência ao C.U. Em relação ao
conjunto da Universidade, nem sempre, o Conselho não ouviu os representantes
dele.
Questiono a forma como
que é escolhido o representante da comunidade,
É uma
escolha por parte da Reitoria. Em geral, historicamente, pessoas alinhadas em
outros tempos com os atuais administradores. Aliás, em geral os representantes
não representam o povo.
a restrição da
participação discente, com apenas um membro, cargos de confiança etc etc.
Já
escrevi em artigo no Jornal que a composição dos nossos Conselhos corresponde
ao pensamento feudal que domina o sistema administrativo e político dos Campos
Gerais. É preciso ampliar em IGUAL número a representação discente,
funcionários, comunidade, como defende o filósofo Álvaro Vieira Pinto. Quem
prestar a atenção o quanto o espírito reacionário foi tomando conta dos
conselhos, é só atentar em sua composição, chefes de micro-unidades, divisões
foram acrescidos a composição do mesmo, ampliando a participação de figuras em
torno do Rector.
É preciso
que os Conselhos tenham a ampliação na quantidade de todos os segmentos que
nele estão. Acadêmicos, funcionários e a comunidade em igual número. Mas
incluir também, chefes de departamentos, coordenadores de curso, representantes
de professores assistentes, titulares, auxiliares.
Fora tudo isso, foi
defendido o argumento de que as férias em janeiro não prejudicaria a economia
do estado. Isso é vergonhoso!!!! Temos o dever de defender a qualidade da
formação acadêmica, sem sobrepor interesses econômicos, administrativos (muitos
funcionários não fizeram greve e defendem as férias em janeiro)
Foi um
erro o posicionamento de alguns funcionários em relação a greve. Jamais devemos
considerar honrosa qualquer posição que visava acatar, subrepcticiamente a
ideologia governamental.
, bem como os de
caráter individualista.
Perfeitamente.
Não só a qualidade da formação acadêmica, coisa que deve ser abraçada por
professores e funcionários, mas também uma universidade que sirva ao povo, a
população que tanto precisa da educação pública, seja pelo ensino, pela
pesquisa ou extensão. Nenhuma formação que despreze a categoria povo é
completa, é madura.
Fizemos greve em defesa de direitos coletivos
e continuaremos defendendo esses direitos, apesar do "solo infértil"
em que atuamos na UEPG.
Sim,
todos fizemos isto. O sólo não é infértil. Nossos divisionismos favorecem que o
inimigo semeie, às claras, um tipo de terra que mata a semente da consciência e
do crescimento intelectual e profissional. A luta é para mudar essa idéia. Ao
nos aproximarmos, alunos-professores e funcionários, adubando melhor dá.
Temos muito o que fazer
pra mudar essa instituição porque ela está muito distante daquilo que,
minimamente, concebemos como instituição pública que, de fato, atende os
interesses públicos.