quarta-feira, 27 de maio de 2015

História da Universidade paranaense: docentes e movimento de 29 de abril de 2015

Vinte e cinco anos atrás, criticávamos o corpo docente da Universidade de Ponta Grossa (PR) por ser demasiado conservador, reacionário, indiferente, anticomunista e eleitor das velhas raposas da UDN local.
Dizíamos que com a introdução dos concursos públicos, abertos a toda a nação brasileira, novas cabeças, profissionais oriundos de universidades não paranaenses modificariam o cenário. Concorriam aos concursos professores graduados, mestrados, doutorados na USP, UFSCar, UFP...R, Unesp, Unicamp, UFMG, UERJ, UFBA, para mencionar algumas. Aprovados nos concursos o primeiro passo que deram foi em direção ao conservadorismo ponta-grossense, ao comodismo intelectual e político da Universidade e preocupação única com o cumprimento da burocracia e do carreirismo acadêmico. Iguais ou piores dos que haviam sido gerados, crescidos, educados do curso primário á graduação na própria Universidade e dela se tornaram professores por indicações de catedráticos de época. O retrato e o cenário permanece inalterado em 2015. A propósito, me lembrei da famosa frase atribuída a Deus no livro de Êxodo, quando Moshé está desanimado com a ingratidão e rebeldia dos judeus, que tendo sido escravos no Egipto, alimentavam uma saudade tamanha daquela terra. Deus teria dito, "anda pelo deserto por 40 anos até que morra essa geração, seus filhos é que entrarão na Terra Prometida". Para entender e se inconformar com a passividade dos professores universitários, doença dos anos 1960, recomendo a leitura de dois livros - "A Universidade crítica" e "A questão da Universidade". Luiz Antônio Cunha e Vieira Pinto, autores respectivamente.


[Greve do funcionalismo público do Paraná, 29 de abril de 2015, greve das universidades paranaenses, Governo Beto Richa, educação paranaense, história da educação no Paraná 2015]