terça-feira, 23 de outubro de 2012

Governo massacra sindicatos e ignora servidores públicos

Estranha e diabólica nota ocupou estes dias a página virtual da UEPG. Documento histórico considerando que registra o fulminante golpe dado pelo governo fascista, neoliberal, autoritário de Campos Salles (2010-2013) contra o serviço público do ensino superior paranaense e seus servidores. Despolitizados, contando com a maioria de seu quadro, alienada, coberta de privilégios, indiferentes ao papel significante do servidor público como agente social, educacional e exemplo para a sociedade brasileira, que não participou dos movimentos, sentou-se na cadeira (os kou sentados), sofreu fragoroso massacre, moral e legal.
Os sindicatos, então, nem se fala. O drible dado pelo governo lhes fez perder os sentidos, a convicção e a direção. Nem sabemos ainda, se as lições da refrega serão discutidas entre a categoria, pois o governo assinalou com a punição, enviou o projeto de carreira do seu jeito para a Assembléia e pouco se importou com o que se estava dizendo. A intimidação foi um sucesso fantástico para o governo autoritário do fascismo paranaense. Sequer se conseguiu fazer uma leitura política do fenômeno tal qual está ocorrendo no Paraná. Retomemos à funesta nota da UEPG.
O governo substituiu, por autoridade e conta própria, os sindicatos nas negociações, não reconhecendo sua representatividade. Diz a nota que o Governo de Campos Salles acordou com os reitores, que não pareceram em nada comprometidos com os servidores que lhes dão sustentação em épocas de eleição, que facilmente esquecem os desmandos, que acreditam nas fofocas que impedem as mudanças necessárias que as universidades precisam. Acordou com os reitores, que não representam o funcionalismo, mas a cadeia de comando de um governo anti-democrático, anti-social, retrógrado, privativista e que não atribui nenhum valor ao serviço e servidor público. Apenas apresentaram aos Sindicatos. Trouxeram a lei Francisco Campos pronta. Quem fez os ajustes? As denominadas equipes técnicas das universidades, subordinadas aos reitores, subordinados ao Governador Campos Salles, derrotado nas eleições municipais de Curitiba, vitorioso no seio das universidades.
Na última reunião do SINTESPO percebeu-se  decepção dos funcionários, claro, coloridos pelos olhares medrosos das ameaças do tigre desdentado que está urrando desde Curitiba. Distoa do otimismo da UEPG e da retórica de seu reitor, cujas palavras no final da matéria, causam estranheza. O restante da nota da UEPG não merece considerações. As urnas das eleições municipais em Ponta Grossa responderão, desta vez, não apenas o funcionalismo das universidades, mas o povo, que, inclusive, a universidade tanto alega servir (em textos escritos). Mencionar figuras sem qualquer importância no contexto histórico-social, político e intelectual do Paraná, como Jorge Sebastião do Mal, um tal Veiga Sebastiani e a igrejinha dos reitores, a tal APIESP, o deputado feudal Traia No, não contabilizam respeito aos servidores, envoltos numa guerra, que terá fim quando em 2014, retornar o governo do estadista paranaense. Somos todos vítimas da vingança de um governo de latifundiários contra um governo que deixou marcas populares e de respeito aos servidores. Campos Salles e seus subalternos vingaram-se nos trabalhadores das universidades do Governador Roberto Requião.
Não houve diálogo. Toda a negociação foi respaldada e conduzida num clima de arrogância, prepotência, pedantismo e autoritarismo. E assim, a universidade paranaense continua muito distante de qualquer compromisso de construir uma universidade  comprometida com a transformação da sociedade. Como transformar se estamos fazendo campanha e praticando a subserviência a um governo cujas práticas se vinculam a grupos que não desejam avanços no processo revolucionário brasileiro, em princípios gerais, defensores de políticas anti-sociais, de concentração de riqueza, valorização de grupos da elite exploradora do país. Isso é uma vergonha!





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

UEPG - servidores qualificados

Esta semana acompanhei estudantes da UEPG em evento na USP. A viagem foi maravilhosa. O motorista (Roberto), concursado em 2012, primeiramente é uma pessoa extrovertida e gentil. Nos tratou com inigualável camaradagem. Os alunos desceram da van com sorrisos.
No caminho fomos conversando. Roberto é casado, pai de dois filhos e é estudante de Direito. Migrou de Campinas para o Paraná onde encontrou múltiplas pedras no caminho. Está feliz com o trabalho na UEPG. Trancou o curso de Licenciatura em Matemática, área de estudos em que mais se realiza e dando vóz ao coração, gosta de ser nela, autodidata.
Roberto me surpreendeu pelas claras convicções a respeito da sociedade brasileira. Tem posição política declarada, firme e dela discorre com argumentos profundos. Conversamos sobre privatizaçõe, neoliberalismo, socialismo, esquerda, moralidade pública e ciência política. É um intelectual corajoso, não me perguntou se podia ou não opinar sobre o processo político paranaense. É republicano convicto e causa-lhe espanto quem defenda a monarquia. Para ele o problema das drogas é questão de oportunidade de trabalho que o modo de produção vigente no país não dá conta. Num dos bancos do veículo um Vade-mecum do Direito estava para ser lido antes de dormir no Hotel. Navega com tranquilidade em questões de Direito Administrativo, Penal e Constitucional. Para Roberto quem faz Direito, como quem faz Medicina, não tem motivos para pedantismo, se não para melhorar sua personalidade com o tempero do respeito a dignidade alheia.
A UEPG deveria ter um quadro espelhando a formação de seus quadros, principalmente, aqueles que não estando no corpo de docentes, são pensadores de inestimável valor.
Se voce é servidor, possui curso universitário, posgraduação, recentemente, fez primeiro ou segundo grau, me avise, me escreva, me conte sua história.