Esta semana acompanhei estudantes da UEPG em evento na USP. A viagem foi maravilhosa. O motorista (Roberto), concursado em 2012, primeiramente é uma pessoa extrovertida e gentil. Nos tratou com inigualável camaradagem. Os alunos desceram da van com sorrisos.
No caminho fomos conversando. Roberto é casado, pai de dois filhos e é estudante de Direito. Migrou de Campinas para o Paraná onde encontrou múltiplas pedras no caminho. Está feliz com o trabalho na UEPG. Trancou o curso de Licenciatura em Matemática, área de estudos em que mais se realiza e dando vóz ao coração, gosta de ser nela, autodidata.
Roberto me surpreendeu pelas claras convicções a respeito da sociedade brasileira. Tem posição política declarada, firme e dela discorre com argumentos profundos. Conversamos sobre privatizaçõe, neoliberalismo, socialismo, esquerda, moralidade pública e ciência política. É um intelectual corajoso, não me perguntou se podia ou não opinar sobre o processo político paranaense. É republicano convicto e causa-lhe espanto quem defenda a monarquia. Para ele o problema das drogas é questão de oportunidade de trabalho que o modo de produção vigente no país não dá conta. Num dos bancos do veículo um Vade-mecum do Direito estava para ser lido antes de dormir no Hotel. Navega com tranquilidade em questões de Direito Administrativo, Penal e Constitucional. Para Roberto quem faz Direito, como quem faz Medicina, não tem motivos para pedantismo, se não para melhorar sua personalidade com o tempero do respeito a dignidade alheia.
A UEPG deveria ter um quadro espelhando a formação de seus quadros, principalmente, aqueles que não estando no corpo de docentes, são pensadores de inestimável valor.
Se voce é servidor, possui curso universitário, posgraduação, recentemente, fez primeiro ou segundo grau, me avise, me escreva, me conte sua história.
Discutir, desafiar o servidor público, especialmente das universidades públicas estaduais do Paraná, a outro comportamento em relação ao serviço. Resgatar o compromisso com à SOCIEDADE e não com os próprios interesses. Amoroso e solidário com quem paga seu salário e deve receber vantagens em qualidade e respeito. Enfrentar o individualismo que transformou o trabalho em mercadoria, cuja preocupação seja apenas, vendê-lo ao idiota sempre mais caro. Estimular a ética e humanidade no serviço.
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