quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UEPG: lições de um movimento - 1ª parte

O que a greve, a paralisação dos 200 servidores da UEPG, representou para todos? Que lições nos ensinou? Diversas.

Do ponto de vista da prática sindical, descobrimos que nem todos os funcionários da UEPG estão inseridos na caverna do obscurantismo, da paralisia intelectual, da estupidez que fermenta no interior de indivíduos escravos de livre vontade, sentados nas cadeiras da administração ou nas ferramentas operacionalizadas sob o signo do paternalismo e do coitadismo. Estes servidores atropelaram as próprias expectativas do Sindicato da Universidade, cujo grupo diretor e seu grupo de apoio, esperavam uma reação de paciência e espera quanto ao ato prometido do governo. Ou seja, o grupo foi mais progressista que todos nós. Esse núcleo de resistência está nos mais prejudicados pelas péssimas condições de trabalho, estes não recebendo o salário que merecem. Refiro-me ao Restaurante Universitário e a Seção de Vigilância. O número de mulheres sempre superior ao masculino no enfrentamento dessa luta.

Igualmente recebemos a revelação de que andamos muito longe na estrada da indiferença de um governo neoliberal, das dificuldades e do autoritarismo interno da UEPG, do enfrentamento ideológico sem qualquer referência teórica. Sociologicamente, pobres, presos a burocracia e tramitação de processos de interesse dos sindicalizados. E onde encontramos esta referência? Foram os acadêmicos, líderes estudantis que referenciaram a luta, dando-lhe substancialidade. Deve o Sindicato da Universidade, sua direção e o funcionalismo, à contribuição inestimável dos acadêmicos de Serviço Social, Bacharelado em Ciências Biológicas e Agronomia, mais especificamente, nas expressões de de Guilherme Mazer e Leonardo Godoy. A presença do candidato a prefeito pelo PSOL, reconhecendo e identificando-se com o movimento, deu a cor dos nossos princípios.

A luta demonstrou que em momentos de perigo para a categoria, conseguimos a maturidade de nos unirmos na defesa de princípios comuns. Desta forma, aquelas pessoas que se faziam visíveis no meio do funcionalismo como oposição, foram as vozes e a coluna de frente no comando de greve, dedicando-se integralmente à luta, sacrificand seu estômago e sua voz. A única tentativa da ala reacionário-religiosa do embate contra o governo que tentou enfraquecer a convicção dos fiéis soldados na defesa das garantias do servidor, foi de um conselheiro da instituição, cujo nome o ostracismo se encarrega de fixar.

Os dias de paralisação aproximaram os funcionários, serviram como mesa de comunhão. Nos tornamos amigos, irmanados nas horas de discursos rigorosos, quanto no entretenimento para manter o grupo com o sorriso e a esperança acessos. Partilhamos dos mesmos desafouros, xingamentos, revoltas e desprezos, tanto quanto do pão com salame debaixo das árvores. Lideraram o movimento, funcionários da menor escolaridade ao doutorado.





Nenhum comentário:

Postar um comentário