segunda-feira, 29 de junho de 2015

Calendário Universitário 2015: técnicos, estudantes e professores-quais interesses?

[Em negrito o texto da Professora Gisele Masson, publicado no Facebook. Em vermelho são minha notas]


Na última reunião do Conselho Universitário da UEPG, o comando de greve dos docentes defendeu alguns princípios para a redefinição do calendário universitário, ...no entanto, eles não foram respeitados pelo egrégio conselho.

O Conselho ouve e podendo acatar ou não. Não é porque não acatou que faltou com o respeito. O princípio é esse. O C.U. é soberano.

A interrupção do segundo semestre, com férias em janeiro, interfere negativamente na formação acadêmica dos estudantes e as semanas de fevereiro com recessos, intercalados com aulas, não serão produtivas.

Concordo. Temos que ver, todos, a Universidade sob o ponto de vista pedagógico e não dos interesses burocráticos e corporativos. Qualquer estudioso da Educação, da Aprendizagem, sabe que a interrupção é prejudicial, danosa. As aulas deveriam seguir, após os feriados de final e ano. Funcionários e professores estamos todos, ao dispor do ensino, em função dele. Nosso emprego e salário gira em torno dele.

Além disso, a manutenção do vestibular em dezembro prejudica os alunos das escolas públicas que estavam em greve, favorecendo os das instituições privadas de ensino.

Outra matéria sobre a qual não restam discordâncias, pelo menos por aqueles que tomam posição sociais mais progressistas em benefício das camadas menos favorecidas. Para os estudantes das escolas públicas trata-se de retrocesso. Não foi pensado.

 A maioria dos conselheiros aprovou a proposta da administração da universidade, exceto quatro conselheiros. Tudo parece tão natural e democrático, já que a decisão da maioria prevaleceu, todavia, não podemos esquecer como o nosso conselho universitário é composto.

Democracia é isso mesmo, o mando da maioria, como diz o entendimento da cantora mara lima e seus associados. Aqui a democracia é em referência ao C.U. Em relação ao conjunto da Universidade, nem sempre, o Conselho não ouviu os representantes dele.

Questiono a forma como que é escolhido o representante da comunidade,

É uma escolha por parte da Reitoria. Em geral, historicamente, pessoas alinhadas em outros tempos com os atuais administradores. Aliás, em geral os representantes não representam o povo.

a restrição da participação discente, com apenas um membro, cargos de confiança etc etc.

Já escrevi em artigo no Jornal que a composição dos nossos Conselhos corresponde ao pensamento feudal que domina o sistema administrativo e político dos Campos Gerais. É preciso ampliar em IGUAL número a representação discente, funcionários, comunidade, como defende o filósofo Álvaro Vieira Pinto. Quem prestar a atenção o quanto o espírito reacionário foi tomando conta dos conselhos, é só atentar em sua composição, chefes de micro-unidades, divisões foram acrescidos a composição do mesmo, ampliando a participação de figuras em torno do Rector.

É preciso que os Conselhos tenham a ampliação na quantidade de todos os segmentos que nele estão. Acadêmicos, funcionários e a comunidade em igual número. Mas incluir também, chefes de departamentos, coordenadores de curso, representantes de professores assistentes, titulares, auxiliares.

Fora tudo isso, foi defendido o argumento de que as férias em janeiro não prejudicaria a economia do estado. Isso é vergonhoso!!!! Temos o dever de defender a qualidade da formação acadêmica, sem sobrepor interesses econômicos, administrativos (muitos funcionários não fizeram greve e defendem as férias em janeiro)

Foi um erro o posicionamento de alguns funcionários em relação a greve. Jamais devemos considerar honrosa qualquer posição que visava acatar, subrepcticiamente a ideologia governamental.

, bem como os de caráter individualista.

Perfeitamente. Não só a qualidade da formação acadêmica, coisa que deve ser abraçada por professores e funcionários, mas também uma universidade que sirva ao povo, a população que tanto precisa da educação pública, seja pelo ensino, pela pesquisa ou extensão. Nenhuma formação que despreze a categoria povo é completa, é madura.

 Fizemos greve em defesa de direitos coletivos e continuaremos defendendo esses direitos, apesar do "solo infértil" em que atuamos na UEPG.

Sim, todos fizemos isto. O sólo não é infértil. Nossos divisionismos favorecem que o inimigo semeie, às claras, um tipo de terra que mata a semente da consciência e do crescimento intelectual e profissional. A luta é para mudar essa idéia. Ao nos aproximarmos, alunos-professores e funcionários, adubando melhor dá.

Temos muito o que fazer pra mudar essa instituição porque ela está muito distante daquilo que, minimamente, concebemos como instituição pública que, de fato, atende os interesses públicos.

 

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