quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Governador Campos Salles quer privatizar serviços públicos

Nota Pública do Fórum das Entidades Sindicais



O governo Beto Richa encerra seu terceiro e último ano de mandato. É público

que o governo agoniza financeiramente. Talvez em busca de soluções para

sua própria incompetência, o objetivo de Richa é fazer uma profunda

modificação da modelagem do Estado por meio dos projetos de lei 22 e 762. A

proposta é privatizar os serviços públicos, a começar pela saúde, de forma a

facilitar que a iniciativa privada fique com mais dinheiro público.

O projeto de lei 762 atinge o coração da saúde pública paranaense. A Funaes -

Fundação Estatal de Atenção à Saúde - terá autonomia financeira, dinheiro

público, imóveis doados e servidores cedidos. Fará seu próprio planejamento,

ou seja, escolherá onde e como atuar.

O projeto de lei 22 prevê a criação de fundações nas áreas de Cultura,

Turismo, Desporto, Comunicação Social, Assistência Social e Ciência e

Tecnologia. Isso significa que quase todo o funcionalismo pode ir pras

fundações. A privatização é quase total!

Na questão da privatização da saúde, a legislação diz que ações

complementares podem ser feitas por entidades filantrópicas por meio de

convênios. Mas por ser uma atividade fim, o Estado tem a titularidade na

execução dos serviços.

Outras experiências em municípios e estado demonstram que privatizar não

melhora a qualidade do serviço. Veja o caso dos CEMUNs de Curitiba. Esses

centros estão sob a gestão de fundações estatais de direito privado e os

problemas só aumentaram. São comuns os episódios de mortes nessas

unidades.

Em Londrina, a privatização também gerou corrupção e não resolveu o

problema da qualidade dos serviços de saúde. Investigação da Gaeco – Grupo

de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - inclusive resultou em

prisões. Atualmente, a população sofre com a desestruturação dos serviços

que foram entregues aos interesses do lucro.

Sisdep




Diversos juristas, como Dalmo Dallari, apontam para a ilegalidade da

propositura. Quem se manifesta expressa que o Estado não pode se omitir de

prestar serviços essenciais, como é o caso da saúde.

A forma como o governo tentou aprovar o projeto é ainda mais desrespeitoso

com a sociedade. Sua intenção era aprovar os projetos que chegaram a

Assembleia Legislativa na ultima terça- feira, 10 de dezembro. Ocorre que as

propostas somente foram disponibilizadas aos deputados no dia anterior.

Além dos projetos citados, o Governo no dia de ontem apresentou mais sete

projetos em regime de urgência que deverão ir à votação a toque de caixa na

segunda-feira. Os projetos, a maioria deles cercados de polêmicas, tem a

justificativa de serem prioritários para o desenvolvimento do Paraná. Um deles,

PL 693, cria uma conta-garantia abastecida com recursos públicos, que serão

usados exclusivamente para que o governo cumpra com suas obrigações

financeiras em Parcerias Público-Privadas, ou seja, dinheiro público para

parcerias privadas. Já o PL 720, aumenta para até R$ 2 bilhões o capital social

autorizado para a Agência de Fomento do estado. Estes e outros projetos

deverão atropelar a dinâmica de funcionamento da Assembleia Legislativa na

próxima semana, no “apagar das luzes” de 2013.

Por tudo isso, o FES, legitimamente constituído por 16 sindicatos de servidores

públicos estaduais civis e militares, ativos e aposentados, representando mais

de 200 mil trabalhadores do Paraná, repudia a atuação desrespeitosa e

antidemocrática do Governo na gestão pública. Os projetos citados afetam

diretamente a vida dos servidores e da comunidade usuária dos serviços

públicos, porém suas representações não foram ouvidas. Por isto o FES pede

aos parlamentares que deixem esse assunto para o próximo ano. É preciso

que esse tema seja amplamente debatido pela sociedade, pelos usuários do

SUS e dos demais serviços e pelos trabalhadores

Companheiros/as, segue anexo Nota Pública do FES.
Por favor divulguem para suas categorias.
Att.
Ana Tereza - Assessoria da Presidência da APP-Sindicato


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