quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Participação na vida profissional e pressão administrativa - assédio moral, não!

Escutei comentários, andando pelo Campus, de que algumas "chefias" (essa cambada gosta desse termo, Nossa Senhora do céu!), devagarinho, de mansinho, chegam nos funcionários e dizem que se forem na paralisação ou em alguma greve "vão ser descontados sim, vocês é quem sabem, mas vão ver". O problema é que maioria desses idiotas, tranqueiras, obstáculos ao serviço público de qualidade, estão apodrecendo nesses cargos, exatamente porque não tem personalidade própria ou são autênticos tiranos. Falta de personalidade é mais marcante. Quando um idiota desse é convidado para assumir a suposta "chefia", o imprestável se considera não mais parte do funcionalismo público.
Essa espécie daninha só cresce nos corredores da Universidade porque os demais funcionários regam o egoísmo, a falsa imagem que estas figuras apresentam. Elas são menos que do aparentam. Não tem conteúdo. Só tem a palavra "chefe" no carimbo. Roubaram o carimbo elas ficam a zero, tal é a mediocridade dos tais. Pergunto: alguém leu algum texto, algum comentário, ouviu alguma fala na mídia, dessas pessoas que valesse a pena? Eles não sabem nada, nem da vida deles.
Como os servidores permitem esse tipo de intimidação, de arrogância, de cabresto? Primeiro, pela falsa idéia de que somos funcionários deles. Não somos. Servidores públicos, do Governo Estadual sim. Segundo, porque gostamos e precisamos das esmolas e migalhas que nos dão da sua mesa. Sem nossa própria autoestima, corremos atrás do falso amor dessas pessoas, que na verdade, só serão assim, enquanto nos entregarmos a elas, sem questionar sua nudez. Se um servidor quer ser respeitado, deixe de correr atrás de vantagens, privilégios e amizade com gente autoritária. Cumpra o seu dever que é com a população e com o Estado. O resto que vá pro inferno. Terceiro, pelo comportamento fisiológico. Essas bestas adoram que o funcionário se dirija a elas com vóz trêmula, cabisbaixo e mudo. Como superar isso, nunca deixe que uma pessoa discuta seus direitos. Mas seja apto, o suficiente, para voce mesmo descobrí-los, nos livros, no Estatudo do Funcionário Público, na Constituição. Qualquer funcionário que não procure ler, estudar, se informar é presa fácil de tais rapinas. Ao encontrar com eles, mantenha atitude de boas maneiras, etiqueta, mas levante a cabeça, fale alto, não se comporte como velhinho, como coitado. Fale firme. A pessoa que está diante de você, na maioria das vezes, nem em sua casa tem tanta autoridade, leva sabão nas ruas de Ponta Grossa, e não tem nenhum conteúdo humano em seu coração, sua realização é sentir-se chefe num local, onde ela é, simplesmente, igual a você.
Digo isto para que o Sintespo comece a se preocupar, conversar com as "pseudoautoridades" na Universidade que, na surdina, ameaçam os servidores para não participarem das questões pertinentes à sua categoria. Precisamos mostrar que não nos submeteremos ao assédio moral. É pela causa desses pró-fascistas que estamos lutando. Vão se catar.
No meu caso, três coisas muito contribuiram em minha vida, para não temer homens e mulheres vazios e arrogantes. Primeiro, a herança gaúcha do meu bisavô que era um missioneiro respeitado em nossa vila. Era no fio do bigode a palavra dita. Segundo, me criei na roça e no mato, enfrentando feras, dormindo no tempo e no temporal, meu cotidiano se dividia entre livros, machado, enxada, foice e martelo. Terceiro, minhas leituras. Meu adorno, meu perfume e as minhas roupas são os meus livros. Por isso, não nasci para viver agachado, como escreveu Nelson Werneck Sodré.

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