quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Corpo Técnico da UEPG - sim ou não a greve?

Na qualidade de OBSERVADOR participei da reunião com os Secretários da Administração (SEAP), Ensino Superior (SETI), Planejamento (SEPLAN), APIESP (Associação dos Reitores) e Faculdades, ontem 04 de setembro de 2012.
As conversas foram de uma imaturidade incomum, que não se pode calcular. Se não fosse, para vergonha nossa, a palavra dos dois três reitores, João Carlos Gomes, Nádia e até o mais oportunista presidente da APIESP conseguiu colaborar (este último puxa saco do Governo), as coisas não caminhariam para decisões razoáveis.
Muita falação, muito exibicionismo com conceitos, muita vaidade em jogo, muita burocracia, muito pedido de inscrição (essa asneira é dominante no sindicalismo) e um Governo mentiroso, atrevido, em franca guerra contra o funcionalismo público, preocupado em destruir o plano de carreiras que os servidores conquistaram durante o Governo Requião.
Cada reunião o governo apresenta um fato novo e o faz com intimidações, frases de imposição, ameaças de suspender diálogo. Neste dia, não foi diferente. Nova minuta, novos parágrafos cheios de bombas escondidas. Terra minada.
Foi uma dificuldade para os Sindicatos, especialmente, o SINTESPO, mostrar para o Governo o risco que os servidores públicos corriam com a anulação, pela nova lei proposta, de direitos já adquiridos pelos funcionários das Universidades ao longo dos anos (desde 1988). O Governo quer interromper o processo de promoção imediata para a de apenas de 7 em 7 anos, desincentivo aos estudos e ao aprimoramento da classe. Para o Governo não deve haver promoção durante o estágio probatório.
Para o Campos Salles quando se chega no B-12 o servidor só vai para o nível A através de estudo presencial ou por antiguidade. Os Sindicatos, sabiamente, insistem na conquista já obtida de que a promoção deve ocorrer a qualquer tempo.
Mas tudo se perde na burocracia. O Governo não queria dar a minuta para não ficar comprometido. Depois de conversas nos corredores entre SETI e SEAP decidem, para acalmar os ânimos entregar a minuta. Mas o governo dá o pialo quando vai se aproveitando do protocolo para postegar a sua responsabilidade com nosso plano. Apela para o fato de que o documento precisa da Procuradoria Geral do Estado (PGE) para o arcabouço jurídico, Sindicatos, SETI, Casa Civil, depois a Assembléia Legislativa (ALEP) e posterior implantação em folha no primeiro trimestre de 2013.
Reiteradas vezes o Secretário Jorge do Mal (SEAP) reitorou que as universidades precisam cortar as horas extras (essas famosas horas-extras, eta horas-extras, eta 60, 80, 1200, 4500 horas extras todos os meses, todos os anos, todas as décadas).
Depois de 3 horas de discussão e xingamentos mútuos, descobrimos todos, que seria melhor, examinarmos em casa a minuta, e levarmos as sugestões para a SETI e para a SEAP. [Na minha opinião era isso que tinha que ser discutido nesta assembléia do Sintespo]. Na segunda-feira (10/09/2012), até as 18 horas os Sindicatos devem encaminhar a proposta a SEAP e a SETI.
Mas a preocupação dos Sindicatos das Universidades era a falta da minuta, que o governo não queria entregar, medroso da divulgação entre a categoria e o desgaste do Governo com ela e uma data em que seria entregue na Assembléia Legislativa. Acuado, nervoso, vermelho, se contradizendo com o Secretário Jorge do Mal, o Secretário Alípio, concordou com as duas coisas:
(1) Entregou a minuta aos Sindicatos (2) Estabeleceu o prazo de até 30 de setembro para protocolar na Assembléia e a implantação "até fevereiro", para ser recebida no pagamento de fevereiro.
Era o que todos queríamos (independente de que alguns, com razão, não viam motivos para confiar no Secretário Alípio, mas fomos traídos pela pressa, pelo calor da discussão e a falta de tranquilidade para analisar, pois o momento impunha uma tomada de posição). Isso se constituiu num acordo. O Governo concordou com as duas coisas que queríamos. E concordamos em suspender os estados de greve.
Essa Assembléia de hoje, descumpriu o acordo com o governo. Faltou com a palavra com o governo, nos diplomou como mentirosos. Além da infantilidade. Eu já critiquei a Associação dos Docentes que tomou uma decisão com 180 associados. Nós, repetimos a mesma coisa. 200 servidores, tomaram uma decisão que pertencem a um universo de 1900 outros. Duzentas pessoas não sustentam uma greve. Se os restantes trabalharem a UEPG não para. Não prejudica o Governo. E um lembrete, os professores deram impacto porque os alunos não compareceram, a pedido dos coordenadores de curso, o que não deu motivos para alguns darem aula. E nós?
Além disso, uma palavra (acertada ou não) foi empenhada com o Governo.
(Estou aberto a críticas e comentários...não fico bravo...não é uma divindade que está escrevendo).

3 comentários:

  1. Acir, compartilho das suas preocupações. Estou em vias de ser nomeado como técnico administrativo em uma das IEES do Paraná... porém estou aguardando essa nomeação há exatamente 1 ano.

    Fui convocado em setembro do ano passado e considerado apto para assumir a função. Porém, o governo está segurando as contratações para implantar esse plano de carreira capenga e que engessa a carreira/progressão do servidor público. Para os que já estão, não vai fazer muita diferença... mas para os que vão entrar...

    Afinal, como ficarão as progressões dos novos servidores que entrarem APÓS a implantação desse novo plano de carreira? Essa minuta de lei provisória será, pelo menos, divulgada na internet? Ou ficarão guardando à sete chaves até o final de setembro? Cadê a transparência?

    Acir, gostei do blog e dos seus posts. Se puder/quiser, entre em contato comigo!

    Abraços!

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    1. Guilherme, agradeço a leitura e os comentários.
      Estamos diante de um governo terrível, mas a pressão dos Sindicatos está dando resultados. Amanhã responderei seu recado com detalhes. Aguarde.

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